sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dia dos Namorados: quando e porquê? Duas lendas explicadas por Alexandre Parafita

Dia dos Namorados: quando e porquê? Duas lendas explicam…

Valentim era padre nos alvores da Idade Média. Diz a lenda que o imperador de então, Cláudio II, havia proibido os casamentos em tempo de guerra, para que os soldados, de coração liberto, melhor se empenhassem nas batalhas, evitando, ao mesmo tempo, que deixassem jovens viúvas desamparadas e filhos órfãos.
Porém, o padre Valentim, conhecedor do seu rebanho, e percebendo ser difícil impedir que, entre os jovens, os corações palpitassem e o amor despontasse, ignorou a proibição, continuando a casá-los discretamente, por achar que, pior do que viúvas desamparadas e filhos órfãos, era ficarem por lá mães solteiras com filhos de pais incógnitos.
Entretanto, denunciado ao imperador, Valentim foi mandado prender. E na prisão, enquanto aguardava a sentença, ele próprio se enamorou de uma filha cega do carcereiro, a quem, por milagre, devolveu a vista. Condenado depois à tortura e à morte, passou a ser venerado pelo povo como santo. E o dia da sua morte, 14 de fevereiro, viria mais tarde a ser consagrado como Dia dos Namorados, ou Dia de São Valentim.

Contudo, no Brasil, a origem lendária do Dia dos Namorados liga-se não a São Valentim mas a Santo António, o santo português padroeiro dos noivos. Por isso é festejado no dia 12 de junho, véspera do dia do Santo. E é portuguesa a lenda que deu origem à tradição: A lenda de “Santo António mandado degolar” (mandado degolar pelo pai de uma noiva obcecada de amores pelo santo, quando ainda o não era). Esta lenda foi recolhida na região do Douro.

Bibliografia.: PARAFITA, A. – Património Imaterial do Douro –Narrações Orais, vol. 1, Lisboa, Âncora Editora, 2007.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Uma Aventura de D. Quixote




D. Quixote
 

De repente, foram surpreendidos por uma vasta planície onde se encontrava um grande campo cultivado de trigo. Quando se preparavam para descansar da sua viagem e merendar, ouviram um ruído vindo do interior da seara.

- Presta atenção! Olha pra o horizonte! Não vês o inimigo escondido no meio do trigo? – disse D. Quixote.

- A mim, parece-me o vento ou algum animal à procura de alimento. – respondeu Sancho Pança.

- Olhai! Mas vós não vedes? Eles aproximam-se, um terrível exército disfarçado de nuvens!

- Não vejo nada! Agora que estão mais perto parecem-me ovelhas.

- Debaixo daquelas nuvens estão soldados armados e perigosos que vêm na nossa direção! – continuou D. Quixote.

Sancho acabou por ver partir D- Quixote, contra o rebanho, de espada em punho, montado no Rocinante, em busca da vingança pela batalha perdida. Mas Rocinante ao assustar-se com um coelho selvagem, lançou D. Quixote do seu dorso, relinchando apavorado e assustando as ovelhas para fora da planície. D. Quixote aterrou num monte de feno, deixando apenas de fora, os seus pés.

- Ajuda-me! – gritou aflito enquanto Sancho corria para ele.

- Eu não lhe disse, meu amo? Eram simples ovelhas!

- Não viste como estas nuvens subiram aos céus, levando com elas, os soldados?

- Pobre senhor, não parece estar bom do juízo!

- Olhai para o céu, vede onde elas estão!

Depois deste episódio, as duas pobres figuras sentaram-se à sombra de uma oliveira e merendaram ao mesmo tempo que D. Quixote olhava desconfiado para o céu.

 

Leonor Martins nº 19 – 8º E