Na Serra de Aire e Candeeiros vivia também o Ferradura, era o morcego mais respeitado e mais sábio daquela zona. Com o Ferradura os pequenos morcegos aprendiam a: utilizar o sonar, a voar, a cheirar como ninguém, a ver como ninguém, a caçar mosquitos e até mesmo a escutar histórias. Com o Ferradura também aprenderam que os morcegos são o único mamífero que voa sem fazer batota, pois os humanos só voam com aviões, com avionetas, etc…Também ficaram a saber que na China a sua espécie simboliza coisas boas.
O Franjinhas era um morcego muito irrequieto e curioso, porque nunca ninguém tinha perguntado ao Ferradura porque era tão sábio, até que um dia o Franjinhas perguntou:
-Onde foste buscar tanta sabedoria? Como é que és tão sábio?
-Ora, ora isso é uma história com muitos capítulos e muitas aventuras- disse o Ferradura a rir-se.
-Conta!- gritaram os jovens morcegos.
-Antes de eu viver com vocês eu trabalhei numa biblioteca.
-Uauhh!
-Mas tu não estragavas os livros?
O Ferradura respondeu que não, que o seu trabalho era cuidar da biblioteca e por isso também tinha que cuidar dos livros.
-Como fazias isso?
-Era fácil, eu apenas tinha que comer o maior número de insetos possível. Eu sou descendente de uma grande família de bibliotecários.
O Franjinhas estava espantado! E perguntou:
-Então e o pólen? É tão delicioso…
-Tu podes sair da biblioteca e ir comer o pólen que quiseres!
-Será que precisam de mais morcegos por lá? -perguntou o Franjinhas.
-Claro que sim toda a gente é bem recebida se for um bom trabalhador.
O Franjinhas já se estava a preparar para a viagem rumo a sul e decidiu compartilhar a sua ideia com o seu melhor amigo, o Lanudo:
-Vais te embora, Franjinhas? Nem acredito…-disse o Lanudo, muito triste.
-Sim, vou, esta é a minha oportunidade de seguir os meus sonhos.
-Se é o que queres…
No dia seguinte, o Franjinas decidiu contar à família. Eles entenderam e deixaram-no ir.
O Franjinhas partiu quando o sol se escondeu.
Ele estava pensativo e por isso nem percebeu que estava um falcão a persegui-lo. Quando percebeu já não sabia o que fazer, mas teve uma ideia. Escondeu-se na árvore onde ele e o Lanudo brincavam e esperou até ao falcão se ir embora.
Quando chegou à biblioteca, sentiu-se logo como se estivesse em casa. Iria começar a trabalhar na madrugada seguinte.
Quando o Franjinhas foi colher o pólen pensou: ”Não há nada melhor do que voar atrás dos nossos sonhos!”
Constança 4º ano, BE Miquelina Pombo
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